Soncent

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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Oportunismo

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Vinha ontem da casa de uma amiga, passando pelo Palmarejo quando vi um pequeno cortejo: uma senhora e duas meninas transportando um armário, uma mesa de cabeceira e uma mesinha de canto nas suas cabeças.

O armário era relativamente grande, ainda que feito de contraplacado e não de madeira maciça. Entrei pela rua do Suave atrás delas e perguntei à senhora se iam longe. Ofereci-me para as levar, dado que tenho uma carro de caixa aberta. (O famoso Portentoso, que esteve de baixa durante quase três meses).

Eu estava relativamente satisfeita com a minha generosidade espontânea quando a senhora me diz se não a posso ajudar. E eu pergunto "Com o quê?". Ela diz-me "Tenho um filho de dois anos que não fala." E eu pergunto-me "Será que ela pensa que sou médica? É verdade que não estou com um ar muito medicinal, de calções de desporto e um top despretensioso, mas talvez ela..."


Perguntei-lhe: "Ele não diz rigorosamente nada? Nem pequenas palavrinhas?" E a mãe disse que não, nada. Eu ia sugerir uma consulta, claro, quando tive um momento clarividente e lhe perguntei, de caras "Que tipo de ajuda é que a senhora tinha em mente?"
 
Não sou contra pedir dinheiro, principalmente quando se precisa. Mas não sei, achei oportunista demais ela dizer-me "Pode-me arranjar algum dinheiro? Para eu comprar coisas para vender."
 
Pareceu-me que ela, mal agradecida, achou que sou uma otária a passear aos domingos à procura de quem me livre de algum peso na carteira.
 
Ajudei-as de novo a tirar os móveis do carro no seu destino final e desejei-lhes um bom domingo.

 

(Imagem da net)
 

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